quarta-feira, 21 de agosto de 2024

Que história é essa, Porchat?






Estive no programa do Fábio Porchat contando uma das inúmeras histórias sobrenaturais que vivi, sendo médium desde criança. Assunto que sempre mantive em sigilo já que a sociedade tem dificuldade em aceitar essa faculdade como algo intrínseco a natureza humana. 

Ainda me percebo cindida, sem saber exatamente como unir as partes publicamente. Este assunto (que ocupa todos os meus momentos) me mantém cindida por "performar" uma eu pela metade. 

Nasci num centro espírita, que meus pais fundaram. Aos treze já era uma trabalhadora ali. Dava aulas de espiritualidade para crianças. Aos dezoito já estava de roupa branca na Umbanda. Lendo de tudo, Ocidente ao Oriente, Buda a Oxalá, Bíblia e Ocultismo. Estive nos grupos jovens católicos, no taoísmo, no budismo, seicho no ie, mestres ascensionados, grupos de meditação e yoga, grupos de cura e por aí vai... um senhor currículo (risos). 

A recente internet abriu muito a possibilidade do debate e do conhecimento sobre estes assuntos, mas também tornou moda e comércio tudo que antes era sagrado. Tenho imensa responsabilidade e cuidado para não corroborar com essa banalização. 

Hoje desenvolvo uma pesquisa científica que busca encaixar este quebra cabeças. Em breve, mais!



          

Pedro Cardoso e esse encantamento

Sou fã do Pedro Cardoso desde menina. Assistia a todas as suas peças e levava as amiguinhas comigo pro teatro na adolescência. Não havia internet na época, se não fosse no teatro, eram só as participações dele na TV. Depois veio o programa "Vida ao vivo show" com o Luís Fernando Guimarães, que eu gravava na fita de vídeo e decorava as falas de tanto assistir. "A Grande Família" chegou e também seus livros, os quais li e dei para que outras pessoas também pudessem ter a chance de ler. 

Quando jovenzinha eu dizia que ia me casar com Pedro Cardoso e lembro do espanto de quem ouvia, não entendiam direito esse desejo que parecia exótico, já que ele era mais velho e meio fora do padrão de beleza.  Mas era o seu pensamento que me impactava e soava revolucionário, era sua coragem que o tornava terrivelmente atraente. Confusões da juventude, bem fundamentadas rs. Com a internet pude me inspirar ainda mais nessa grande referência para mim.

Fui assistir a essa peça (da foto) sozinha. Curioso foi, que assim que o vi, comecei a chorar. Um choro que saltou. Não é possível explicar. É uma espécie de amor, de agradecimento. A peça é incrível, mesmo. O Pedro devia ganhar prêmios e prêmios de teatro. O que ele faz é absurdamente potente, escreve e encena, é hilário, e é profundo, e é inteligente. Genial sempre. No final do espetáculo esperei para falar com ele e me comportei como um clown, acho que volto a ser criança na sua presença. Gaguejo, me excedo, erro, risos... Mas da conversa, levo segredos sobre o criar.

Registrado está: eu amo este artista.   






A matemática do riso

Como arte educadora, iniciei em 2011 a pesquisa acadêmica "A matemática do riso" na intenção de responder se é possível nos aproximarmos de uma forma, que produza os efeitos cômicos e determine uma invariabilidade na reação da plateia: o riso. 
Então a pesquisa se transformou num projeto pedagógico sobre comicidade, pelo qual venho oferecendo oficinas e mentorias. 
Este trabalho abarca também minha experiência cênica nos diversos meios, ao lado dos maiores nomes do humor nacional. 

Afinal, a construção da personagem/situação cômica é intuitiva ou existem meios para alicerçar a criação? 

Nesta oficina, mapeamos os fundamentos da comédia, os recursos que propiciam o riso e oferecemos as ferramentas para uma abordagem cômica, na construção de uma personagem e na criação de humor de modo amplo. 

Formatos: 
- curso teórico ou interpretação + teoria 
- workshop ou oficina regular 
- on-line ou presencial 
- audiovisual ou teatro 
- preparação de atores 
- mentoria de projetos de humor 

Este curso é para atores e diretores, bem como para interessados em humor, de qualquer área.

Para entrar em contato: @amatematicadoriso
amatematicadoriso@gmail.com






terça-feira, 20 de agosto de 2024

Fotos 2024

by me

Em cena com Fernanda Torres

Estar em cena, seja no teatro ou em frente às câmeras, sempre causa um nervosismo no ator. Com o tempo aprendemos a usar isso a nosso favor. Na minha vida artística, tive duas situações em que fui verdadeiramente atropelada por essa sensação. A primeira foi na estreia do quadro "Bento Carneiro, vampiro Brasileiro" com mestre Chico Anysio, em seu retorno a Tv Globo. Iniciaríamos uma temporada e minha cena foi logo a primeira. Parecia estar tudo normal, ele era muito amável, porém quando ouvi o "gravando" (estava acostumada, não era novidade para mim, já tinha anos de casa), aconteceu que eu simplesmente não consegui falar. Minha voz embargou, tentava, mas gaguejava e pela primeira vez precisei pedir um tempo e parar. Quase não me reconheci (nunca havia acontecido antes, apesar de já ter contracenado com grandes nomes). Respirei. Voltei para contracenar e deu tudo certo. Chico era uma entidade em cena, uma experiência muito forte. A segunda vez foi com a Fernanda Torres, em que fui convidada a fazer uma cena com ela em uma série. Até então parecia tudo certo, até a hora de gravar. Já no camarim e no caminho até a externa, enquanto batíamos o texto, já fui ficando hipnotizada de alguma forma. Ao chegarmos, pude acompanhar como ela se envolvia em praticamente tudo, dirigindo também, decidindo junto a melhor posição pro cenário, o melhor enquadramento etc. Uma alta energia, muito marcante, nunca vi igual. E novamente no "gravando", fui surpreendida, não pude deixar de assistir a Fernanda Torres, ao vivo, na minha frente, encenando comigo (e para mim - é tambem aula). Eu reparava em cada detalhe durante e achava fascinante, como se quisesse absorver tudo. Claro que esqueci o texto, engasguei. Estava super decorado e era simples, mas diante daquele monstro sagrado não pude evitar me perder.

segunda-feira, 19 de agosto de 2024

UNIRIO estuda "Giz 9"

O objeto de estudo do semestre, no curso de cenografia da UniRio (Universidade Federal do Rio de janeiro), foi "Giz 9" (@giznove), espetáculo de minha autoria. Os alunos criaram maquetes, a partir de suas ideias sobre o cenário, sob a orientação do mestre e coordenador do curso André Sanches (@andresanchesrj). Fui convidada para a apresentação no final do período e fiquei absolutamente encantada com tanta criatividade. Trabalhos primorosos! 💙

sábado, 17 de agosto de 2024

"Porta aberta para Cristina"

Convidada para me apresentar na "Casa Azul", espaço de artes e terapias em Santa Teresa, bairro do Rio de Janeiro, fui recorrer a alguma cena que havia escrito. Lembrei-me de uma personagem que criei durante meu processo psicanalítico, uma espécie de eu imaginário visto de fora, bem simbólico, portanto mais universal que íntimo. Em uma semana levantei a cena e convidei meu filho Eric de 6 anos para fazer comigo. Ele vinha demonstrando interesse em estar em cena e fizemos acontecer. Surpreendi-me com a familiaridade com que ele circulava no palco e a forte presença cênica. Inesquecível! A plateia encantou-se!

"Eleita" na Amazon Prime

Gravando com a Clarice Falcão e desmistificando (com pesar) a semelhança física (inexistente) que sempre atribuem a nós. Sou fã!

Publicidade (2003 e 2004)

Publicidade (2001 e 2002)

Em cena com Sorrah

Esse dia foi um dos piores da minha vida. Gravemente devastada pela decepção com alguém em quem confiava plenamente e cultivava um amor profundo, fui gravar, sem chão. Sentia dor física, tamanha tristeza emocional. A cena era com a gênia Renata Sorrah e parecia não haver espaço em mim para comemorar. No camarim quase não consegui interagir visto meu estado. Prendia a dor dentro de um disfarce, afinal estava trabalhando. Entrando em cena com ela, um outro estado de presença foi me preenchendo sutilmente. O diretor veio nos ensaiar e assim que acabamos a primeira passada de texto, ela virou para mim e disse: Não! E me imitou ressaltando um detalhe na minha interpretação que denunciava que eu não estava VIVENDO a cena com ela. Captei instantaneamente seu apontamento. Posso? Ela disse pretendendo continuar. O diretor tentou interrompê-la. Eu só fiz um sinal de Stop! pra ele com minhas mãos. Tipo: cara, não! A Renata Sorrah quer me dirigir. Desculpa, mas qualquer atriz daria a vida por esse momento rs. E ela começou a ensaiar comigo de novo, buscando o fundo do meu olho, me procurando lá dentro. Até que cavou minha entrega. Nesse momento, algo mudou. Eu não era mais a atriz com o peito rasgado. Eu tinha um texto, um contexto, uma psicologia, um corpo, uma relação estabelecida, tudo diferente de mim. Meditativamente dentro do presente, numa realidade paralela, imbuídas apenas do objetivo de ir fundo nessa fantasia, mergulhadas nas sensações contidas na cena, estávamos nós. Passamos a respirar juntas. Nos intervalos conversávamos com uma curiosidade rapidamente estabelecida pela intimidade que a cena trouxe, mas num estado singular de concentração. E a cada novo gravando! Novos neurotransmissores de prazer me permitiam fugir e ir mais fundo no jogo. Quando acabou, demos um abraço triplo: eu, ela e o diretor. Rolou. Renata Sorrah é uma grande atriz porque, para ela, o que vale é estar ali pra esquecer o próprio nome, pra elevar a obra e não seu ego, pra entrar no presente e brincar de outra realidade com o outro. Agradeço a Renata por me resgatar o prazer de estar viva, em cena em sua companhia! Evoé!

Que história é essa, Porchat?

Estive no programa do Fábio Porchat contando uma das inúmeras histórias sobrenaturais que vivi, sendo médium desde criança. Assunto que semp...